quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A pomba

Símbolo da paz para muita gente, a pomba aterrissou sobre a grama molhada com a asa direita machucada. Parou, rodopiou a cabeça para verificar as condições do lugar em que estava e tentou voar de novo.

Não conseguiu. Ainda sentia-se impossibilitada pelo machucado. A pomba decidiu ficar quieta e permaneceu por ali mesmo, molhando de vez em quando o robusto corpo no chão úmido. E a partir daí começou a pensar em algum jeito de sair daquela situação.

Sua imaginação chegou a todos aqueles que diariamente prendem-se em discussões pequenas e brigas que só gastam saliva. Pessoas que se prendem a uma rotina dividida em manhã, tarde e noite. Pessoas que se prendem no mau humor do trabalho e no cansaço do entardecer.

A pomba concluiu que a situação na qual se encontrava não era exceção. Exceção são aqueles que conseguem curar o ferimento e abrem as asas para alçar novos vôos, diante do horizonte que começa a se desenhar.

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