terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dona Pauta e suas encrencas

Era uma vez um grupo de jornalistas intrometidos que decidiram investigar as peripécias feitas por Dona Pauta, a última espécie de uma categoria que constantemente provocava repórteres, editores, diretores de jornalismo e simples estudantes.

Dona Pauta era uma senhora gorda, robusta, alta e com seus sessenta anos bem vividos. Foi militante nas Diretas-Já e enfrentou de frente a ditadura militar. Seu melhor companheiro, o rolo de macarrão que sempre carregava na mão esquerda, era o instrumento que acabava com a raça dos jornalistas. A categoria acusava Dona Pauta de várias agressões e de apoiar os relações-públicas, inimigos que viviam em um vilarejo próximo.

O plano traçado pelo grupo de jornalistas incluía um batidão de panela em frente a casa de Dona Pauta e reportagens de protesto nos periódicos que rodariam no dia seguinte. Para colher mais informações e afundar de vez a Dona Pauta, os jornalistas estavam “armados” com bloquinho, caneta, câmera, lápis e máquina de tirar foto.

Era meio-dia de uma segunda-feira. Dona Pauta descansava na sala de estar. Entretida com o programa policial que passava na TV, onde o limite da noticia é a verdade, a senhora gorda e robusta não prestava atenção no movimento de jornalistas em torno de sua casa. O sono pintou e Dona Pauta tirou uma soneca.

Era o momento ideal para que o grupo de jornalistas entrasse na casa de Dona Pauta...

CONTINUA...

Experiências marcantes

No dia 11 de setembro de 2009, a rede de adolescentes da minha igreja acabou se reunindo para uma vigília. Quando entrei, o louvor já estava começando, e uma linda música entrava pelos meus ouvidos, dizendo o seguinte:

"Vem Senhor, e habita em mim

Venha ser tudo em meu viver

Sonda-me, ó Deus

O meu coração será teu lar

Meu coração será teu lar

Pra ti eu abrirei as portas do meu coração

Então serei, pra sempre, o lugar da tua habitação

Vem Senhor.’’

Ao ouvir essa linda canção, o Espírito Santo começou a ministrar sobre a casa onde o Senhor quer habitar, que é justamente o nosso coração. Ele me levou a pensar no fato de convidarmos Jesus para entrar em nossa vida, não apenas para uma visita, mas para Ele morar lá dentro. Nisso, outra música começou a tocar:

‘’Gera em mim a Tua santidade

Eu me prostro, eu me rendo

Me coloco aos Teus pés

Lugar de adoração.’’


Neste exato momento, o Senhor me revelou o porquê dessa canção. Quando convidamos Jesus para habitar conosco, muitas vezes o que Ele irá encontrar dentro de nosso coração é uma casa suja, com os móveis velhos, a cortina rasgada e a louça ainda por lavar.

O que isso significa, espiritualmente falando?

É simples, são os pecados que estão alojados dentro de nós. Pecados que não foram confessados e geram tristeza e desordem, além de ser uma brecha para o Inimigo operar. Pecados que precisam ser removidos.

E qual é a reação de Jesus ao olhar esse cenário? Em vez de ignorar o fato, Ele quer limpar a nossa casa, o nosso coração. Jesus quer esfregar, varrer e lavar por nós. Sabe por que Ele faz isso? Porque Jesus é amoroso. Ele não pede nada em troca. Você não precisa pagar uma taxa diária para Jesus vir e limpar o seu coração. Ele faz isso porque Ele quer te ver feliz. Você já foi em uma casa toda desarrumada e suja? Se você pudesse a sensação de estar naquele ambiente, descreveria com alegria a desorganização que encontrou? Pelo menos para mim, é difícil estar alegre no meio de tanta bagunça. E olha só como o Espírito Santo é mestre em ministrar. Depois de tudo isso, o Senhor ainda tinha algo para falar. A outra música tocada pela banda foi essa:

‘’A alegria do Senhor é a nossa força

A Ele toda honra e toda glória

Todo domínio e majestade pertencem

A Ele, para sempre, amém.’’

Isso realmente veio para testificar a mensagem que Deus quer transmitir para os seus filhos. É hora de nos arrependermos. É hora de voltar os nossos olhos para a cruz e entendermos que arrependimento é o sinônimo da vida com Jesus.

O próprio Cristo disse que quem quisesse segui-lo, era necessário a sua cruz. Se esse fosse um caminho fácil a ser tomado, todo mundo o faria. Pelo contrário, requer renúncia e confissão de nossos pecados. O Senhor não deseja servos perfeitos, mas pessoas dispostas a seguir o caminho que Jesus seguiu.

Sei que é uma palavra que nem todos gostam de ler, mas é necessário se queremos conhecer mais ao Senhor. Deixe Ele limpar o seu coração. Deixe Ele fazer uma reforma geral e promover a alegria suficiente para você. Não seja resistente ao mover de Deus, pois Ele quer operar algo poderoso em sua vida. E que possamos dar o controle de nossa vida a cada dia para o especialista no assunto, Jesus Cristo.



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vinagre

Lavar a ferida com vinagre é o sinônimo usado para aqueles que acordam com um problema latejando na mente. Vítimas do sofrimento diário, tem que sair da cama para mais um dia de batalha. Avessos a qualquer tipo de situação, vão confiantes para mais um dia de trabalho.

Controlados por sentimentos confusos, desnorteados pelas desesperanças da vida, essa espécie caminha solitária pelas ruas de pedra das grandes cidades. Refrigerados pelas lágrimas quentes que escorrem pelo rosto e desencorajados pela intensidade das lutas travadas.

Atormentados com o futuro e com a falta de dinheiro no final do mês. Aturdido com a proliferação da corrupção no governo federal e a desesperança na família. Infeliz ao ver a filha chegar com a barriga enorme da rua. Triste por sentir o cheiro de maconha sair do quarto do filho. Desanimado pela falta de amor demonstrado pela mulher.

“Sofrimento ä vista, marujos” foi o anúncio dado a cada dia pelo seu coração. O discurso do padre no rádio não consegue acalmar a sua alma, muito menos a pregação do pastor pedindo mais dinheiro. Nem mesmo Chico Buarque, muito menos Roberto Carlos foram capazes de elaborar músicas que desafrouxassem um pouquinho o cinto.

Olá cidadão comum, tudo bom com você? Esse é o que eu e você podemos sentir a cada dia. Desencorajados pelo fracasso nas batalhas, mas reanimados com o doce som de João 4:4 embalando o andar de seus pés e firmando o bater do seu coração. Anestesia suficiente para coibir a dor por lavar a ferida com vinagre.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Happy Day!

Se o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elaborasse uma pesquisa sobre o que realmente faz o brasileiro feliz, eu responderia com gosto. O recenseador que chegasse em casa precisaria de uma dose extra de paciência para esperar pelo, digamos assim, curto espaço de tempo para eu explicar o que realmente me faz feliz.

Claro, eu sou feliz por ter uma casa, comida e roupa lavada, principalmente os meus queridos All Stars, companheiros de qualquer viagem diária. Também sou feliz por ter uma estrutura familiar boa, o que me ajudou a superar vários obstáculos e dificuldades que sempre encontramos por aí.

A palavra obrigado também vai para os meus verdadeiros amigos, aqueles que fiz (RIOS), farei e faço agora (turma Metanóia). Agradeço aos que me aturam a cada dia (galera Núcleo de Comunicação). Amigos que você, meu querido leitor, pode ter certeza de contar em qualquer situação.

Porém, eu canto a música “Happy Day” quando lembro de novembro de 2005. O dia não me recordo muito bem, me desculpe, mas tenho certeza de que aquele acampamento de adolescentes foi marcado pelo momento em que meu brother Jesus Cristo me resgatou do mais profundo das trevas.

O mais profundo das trevas é a depressão, a falta de esperança, amor e paz. Não, não sou isento de sofrer todos os males desse mundo, mas HOJE tenho em quem me agarrar.

Por isso, se você me perguntar porque eu sou feliz, vou te responder com um sorriso de orelha a orelha:

- Olha mermão, eu sou feliz porque tenho Jesus, e você?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Amo muito tudo isso

Amo acordar de manhã, trabalhar e voltar para casa a tarde.

Amo ter o Sol como amigo, e o meio sorriso da Lua como companheira do meu sono.

Amo relembrar bons momentos vividos na pele, mas marcados no coração.

Amo ser jornalista e cheirar o cangote dos fatos a cada dia.

Amo ser imperfeito e sincero diante de Deus.

Amo sentir o cansaço no fim do dia e a convicção de missão cumprida mais uma vez.

Amo acordar as seis da manhã para escrever matérias.

Amo vivenciar amizades sinceras.

Amo viver a vida de um jeito alegre e empolgante.

Amo saber que Deus nunca me abandonará.

Amo saber que as construções de templos e as idéias criadas por homens sobre a existência de Jesus não são suficientes para preencher meu coração aflito.

Amo abraçar o perdido, porque também fico perdido muitas vezes.

Amo ser amigo de gente diferente.

Amo enfrentar as dificuldades com a força que vem do Alto.

Amo saber que a esperança não é a última que morre.

Amo desabafar em vastas linhas...

AMO MUJITO TUDO ISSO!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Estatística

Robertinho despertou na manhã de segunda cansado da noite de domingo. Com dor de cabeça e o bolso vazio, começava a semana na pior: não tinha mais grana para pagar o ócio de todo o final de semana. Encher a cara e tirar um racha era suas principais diversões.

Que médico o quê! Achava que todas essas recomendações eram uma tremenda frescura. Robertinho era um jovem de classe média alta, tinha aonde morar, aonde comer, aonde estudar e aonde dormir. Sempre fora um filho obediente, cujas notas na escola não deixavam mentir sobre seu desempenho dentro de sala de aula.

Porém, Robertinho pegou um caminho inverso e começou a se aventurar pelo mundão fora. Uma tequila aqui, outra caipirinha ali. Baladinha num sabadão, curtição com a turminha da faculdade no domingo de tarde. Logo conheceu o mundo das drogas.

Foi experimentando aos poucos. LSD, cocaína e maconha. O nariz andava coçando de tanto que cheirava. Afinal, era apenas uma curtição. Curtição que acabou num leito de hospital justamente na manhã de uma segunda qualquer. Robertinho morreu de tanto cheirar e beber. Morreu e virou estatística.

Jovem, desperta do sono!

A juventude brasileira sempre esteve presente em momentos importantes da história do Brasil. Seja no embate direto com as forças policiais na ditadura militar ou nos famosos caras-pintadas da década de 90, a militância de jovens em busca de um País melhor ganhou as páginas de livros e transformou a consciência de muita gente da época.

Um fenômeno como esse deveria acontecer dentro da igreja brasileira. Não menciono atos de baderna e rebeldia, mas um espírito de insatisfação com a atual situação vivida pelo povo cristão. Porém, não é esse quadro que temos visto nos jovens.

Estamos apáticos com o que tem acontecido ao nosso redor. Precisamos sair do comodismo e partilhar com os pobres aquilo que nos deixa de barriga cheia: a Palavra de Deus. Se falamos que temos vivido o que pregamos, porque vemos essa situação diariamente?

O jovem precisa despertar para aquilo que é urgente e necessário. Buscar ao Senhor e perguntar a Ele o que cada um pode fazer para melhorar o mundo. A melhorar o mundo do mendigo da esquina da sua casa.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A pomba

Símbolo da paz para muita gente, a pomba aterrissou sobre a grama molhada com a asa direita machucada. Parou, rodopiou a cabeça para verificar as condições do lugar em que estava e tentou voar de novo.

Não conseguiu. Ainda sentia-se impossibilitada pelo machucado. A pomba decidiu ficar quieta e permaneceu por ali mesmo, molhando de vez em quando o robusto corpo no chão úmido. E a partir daí começou a pensar em algum jeito de sair daquela situação.

Sua imaginação chegou a todos aqueles que diariamente prendem-se em discussões pequenas e brigas que só gastam saliva. Pessoas que se prendem a uma rotina dividida em manhã, tarde e noite. Pessoas que se prendem no mau humor do trabalho e no cansaço do entardecer.

A pomba concluiu que a situação na qual se encontrava não era exceção. Exceção são aqueles que conseguem curar o ferimento e abrem as asas para alçar novos vôos, diante do horizonte que começa a se desenhar.

domingo, 10 de outubro de 2010

O que eu, o Rodolfo e o João temos em comum?

História fictícia


O João é um cara gente fina. Filho da classe média, tem sempre tênis limpos e tudo do melhor. Estuda numa escola boa lá da sua cidade, tem bons amigos e sempre frequenta lugares normais, como shoppings, parques, etc. Tudo isso acompanhado dos seus amigos.

O João sempre alimentou uma paixão por música. Quando era pequeno, lá pelos seis anos de idade, ganhou uma guitarrinha de plástico da sua avó. Abriu um sorriso de orelha a orelha quando deu o primeiro acorde no instrumento. Foi melhor do que ganhar uma bicicleta, um presente tão requisitado por garotos da sua idade. Ele não, ele sempre curtiu uma boa música.

Boa música foi o que o João curtiu há uns tempos atrás. Seu primo o convidou para ir num show de rock pauleira que ia ter num parque lá. O João foi. Lá tava toda a galera, pessoal mó gente boa que também era do colégio do João. E ele lá ia apenas curtir um show de rock. Beleza.

O público foi ao delírio quando o tiozinho do palco anunciou uma banda lá. "Com vocês, Raimundos..." E já via o tal do Rodolfo Abrantes pulando e começando a tocar várias músicas da banda. Os caras tinham muito gás! As letras eram agitadas, falavam de uns assuntos variados e geralmente não obedeciam as regras normai do português. O João ficou fissurado na perfomance da banda.

Daí pra frente, o João sempre acompanhou a trajetória do Raimundos, desde quando eles fizeram sucesso com "Mulher de Fases" até quando fizeram vários shows pelo Brasil inteiro. O João gostava do Rodolfo, o cara era muito bom no palco mesmo. Pode-e dizer que o João era um tipo de fã do Rodolfo.

Mas o Rodolfo saiu do Raimundos. Falaram que ele se converteu e virou crente. O João não curtia crente. Achava que pastor sempre roubava dízimo e tudo o que eles falavam não era verdade. João não acreditava em Deus. Ele achava que Jesus nem tivesse nascido. Quem iria nascer de uma virgem? "É tudo furada...", dizia.

E como o João depositava todas suas expectativas no Rodolfo, seu mundo foi abaixo quando o cara saiu do Raimundos. Começou a criar um ódio por crentes, culpava-os deles terem tirado um talento nato do rock brasileiro, da música brasileira ter perdido um artista tão importante.

João não acreditava que o Rodolfo trocou uma vida cheia de mulheres, drogas, dinheiro e sexo por frequentar cultos aos domngos, todo fardadinho de terninho de crente. E o ódio do João só crescia cada vez mais.

Até que o João arannjou um emprego lá no Citybank Hall, um lugar super famoso onde geralmente tinha vários shows de vários artistas. O João trabalhava de office-bot, pagando as contas do lugar lá no banco. E era dezembro de 2007, então o serviço aumentava pra caramba.

Nesse mesmo mês o João teve que ficar um pouco mais no serviço. Ia ter um show dum cara gospel lá. Crente. Motivo suficiente pro João já começar a odiar quem fosse desse jeito e fosse adepto de tal religião.

22h30. João terminou seu serviço e ia saindo pelas portas da frente do Citybank Hall. O povo crete já se reunia pro show do cara, que começou a tocar no palco. Apesar de não curtir esse tipo de gente, a música do cara até que era boa. O João ia saindo, esbarrando num monte de gente que tava pulando com o som do cara, sempre ouvindo aquela canção falar sobre o tal de Deus.

Até que o João não resistiu e olhou pro cara que tava tocando. Quando virou, viu aquele louco com os braços todos tatuados levantando as mãos e dizendo o seguinte: "Meu Jesus vive, Ele é tudo para mim. Meu Jesus vive, Ele é tudo para mim. Meu Jesus vive, Ele é tudo para mim".

E o cara continuou. "Nessaa noite eu queria poder cantar uma canção perfeita para Deus. Mas ia faltar palavras para falar o quanto Ele me amou e me ama. O quanto eu sou grato por ver que Ele resgatou a minha família, ter me livrado das drogas e ter me dado uma esposa e estar realizando meus sonhos, cada um deles"

Era o Rodolfo Abrantes falando do que Jesus tinha feito na vida dele.

O João dessa história representa todos aqueles perdidos que ainda se sentem vazios mesmos depois de vários doses de cerveja, várias tragadas de maconha e noites de sexo. O João representa todos aqueles que estão quase se matando por não encontrarem a verdadeira alegria. O João representa todos aqueles que foram abandonados por suas famílias e não conseguem sentir-se amados. O João representa todos aqueles que pensam que Deus nunca existiu.

O Rodolfo era um desses perdidos e encontrou o verdadeiro caminho. Hoje o Rodolfo continua cantando para uma pessoa muito especial, que o tirou de uma vida de pecado.

Essa pessoa também me tirou da vida de pecado e também deseja tirar o João do pecado. Eu também era um João da vida, mas hoje eu fui limpo por Jesus. Jesus me amou e continua me amando.

Eu, o Rodolfo e muita gente todo dia pode conversar com Jesus. O João também quer conversar com Jesus.

"Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor" (1 Coríntis 1:9).

Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes (1 Corintios 1:27)

PS: Fale com Jesus agora! Ele quer te salvar! Faça a seguinte oração: "Senhor, entendi tua mensagem. Creio que o Senhor morreu por mim para me tornar livre. Reconheço que sou pecador e preciso de ti. Perdoa-me e escreve meu nome no Livro da Vida. Obrigado por me aceitar como eu sou. Amém!"

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De vez em quando, é bom ser cético

(Artigo opinativo publicado na última edição do jornal do Sindicato dos Jornalistas Norte do Paraná http://www.sindjornalistasnortepr.org.br/)

A frase “O jornalista deve ser cético pra que o leitor não se torne cético com relação ao jornalista”, de Millôr Fernandes, é abordada em tom meio amargurado e rancoroso quanto a célebre profissão de manter informada a população, custe o que custar. A recompensa para estes nobres profissionais da comunicação vem no final do mês, com um salário de reconhecimento pelo serviço prestado.

Pois bem, os patrões de empresas de rádio, TV, jornais e revistas do Paraná querem piorar esse quadro, que já não é dos melhores. O fato se dá com a diminuição salarial em 40% para os jornalistas do interior, medida que não interfere a vida dos profissionais de Curitiba. O novo piso estaria na casa de R$ 1.200,00, inclusive para cidades de médio porte, como Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, dentre outras.

As consequências de tal determinação, caso seja aprovada, implicam diretamente no trabalho diário do jornalista, profissional que se desdobra para cumprir sua missão. Entende-se que os patrões colocam o jornalista como uma classe desmerecida, enquanto deve-se tratar e pagar a categoria como um trabalhador qualquer, que tem o direito ao salário mensal assegurado.

A proposta da diminuição também descaracteriza o trabalho do jornalista interiorano em relação ao da capital. Não há argumento convincente para comprovar que os profissionais de Curitiba têm um desempenho melhor do restante. O que apenas muda é o local de trabalho, e não o salário.

Por isso, que continuemos céticos, como o mestre Fernandes nos orientou. Céticos em relação a decisão final desse processo todo. Céticos quanto ao saldo vermelho no final do mês. Céticos quanto à desvalorização do jornalismo.








quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fora da Caixinha


(Texto escrito por Lenara Monteschio, colunista de quarta-feira do blog www.naomordamaca.com)


Eu quero amar a Deus fora da caixinha.

Fora da caixinha instituição. Fora da caixinha teórica. Fora da caixinha de achismos, quilômetros fora da caixinha legalista.

Se as pessoas o fazem no domingo eu quero começar a me arrepender na sexta e na segunda conseguir tirar meu extrato do banco e agradecer, sincera, por não ser escrava do dinheiro. Ainda na quarta-feira vou acordar com o frescor da misericórdia pulsando no céu da boca. E no sábado, na esquina da frustração, vou dar meia volta, pular o meio fio e cair de joelhos na frente de um trono onde eu encontro curativo, abraço, e graça, em tempo oportuno… seja esse tempo outono, verão, segunda ou sábado.

Se todo mundo faz questão de divulgar / RT suas boas obras pra receber a recompensa terrena da admiração dos homens, eu quero fazer escondida, pra só Deus ver. Pra então só Ele me recompensar, do jeito dEle, quando Ele quiser. Porque bons amigos mantém segredos.

Eu quero viver o amor de Deus fora da caixinha.

Se todo mundo ainda encara os cultos na igreja como um ritual, ou pior que isso, como um encontro social, eu quero andar como quem sabe que o véu foi rasgado e ir adorar a Deus com o meu melhor sorriso, celebrar a salvação, encher a boca do pão da Palavra e confessar de boca cheia que não tenho feito o suficiente para que meus irmãos não morram tanto de desnutrição. A pior desnutrição. A de amor.

Quero ser hoje melhor que ontem, melhor pra Deus e não melhor que meu irmão. Quero deixar o Espírito Santo me tornar sensível a ponto de enxergar a necessidade do meu próximo, e ajudá-lo ainda que ele não seja meu amigo íntimo.

Quando eu sentir vontade de chorar, além de deixar as lágrimas saírem sem culpa, também o farei com minhas palavras, sabendo que o meu Deus me entende, porque em Jesus Ele não veio ser crente. Veio ser humano.

A inspiração do Espírito vai tocar os meus cabelos junto com o vento, na fila do super mercado. Eu vou pegar uma caneta na bolsa e, mesmo sem entender tudo, vou anotar as palavras até então desconexas, no meu bloquinho amarelo. Junto com o troco vou sentir vontade de entregar pra atendente de caixa a minha anotação no papelzinho amarelo. Quando eu puxar o papel e ele se soltar da espiral, uma mágoa também vai se desprender de uma vez do coração da moça e naquela noite ela vai dormir sabendo que Jesus, criativo que só, ainda quer usar os tijolos pesados do seu passado, como degrau pra ela chegar mais rápido perto dEle.

No fim do dia, vou respirar fundo debaixo do chuveiro e sorrir. Vou sentir cada bolha no meu pé e dar uma gargalhada leve como inocência de criança. Vou deixar a água escorrer e fazer graça da casca graciosa que meu Pai emprestou pra alma morar. A condenação está indo pelo ralo e nos meus pulmões está entrando a alegria. Aquela que começa a nascer devagarzinho e cresce como um tornado. Aquela que só acontece quando consideramos a suficiência de Cristo.

Eu quero amar a Deus fora da caixinha e caminhar como quem acredita que Ele jamais, JAMAIS caberia ou se manifestaria de verdade dentro de caixas com dimensões programadas por alguém falível e pequeno como eu. Eu quero amar a Deus.

“Deus purificará a nossa consciência de obras mortas, pra servirmos ao Deus vivo!” Hb 9:14b

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Como aprender a confiar num ônibus


13h40.

O ponto de ônibus em frente a Prefeitura de Londrina nunca tinha sido um lugar tão incômodo de se estar. A vontade de pegar um ônibus era grande, já que o tempo e a ferramenta imposta recentemente pelo Detran nas auto escolas não era uma combinação boa para alegrar um pouco meu dia. Em vinte minutos minha digital deveria ser passada em um desses aparelhinhos, cujo argumento usado para forçar os alunos a serem pontuais nas aulas teóricas definitivamente não serviria para aumentar meu ânimo naquele momento.

Foi ânimo que senti quando a linha 206, que passa pelo local onde eu deveria descer, estacionou no ponto. Subi já meio desanimado por saber que aquela linha faria uma volta grande até chegar a rua Professor João Cândido, mas entrei confiante. E também ansiedade foi o que senti quando o relógio do ônibus já marcava 13h44. Dizem que a pressa é inimiga da perfeição. Gostaria de ter conhecido o autor dessa frase para lhe dizer: "Rapaz, você não tem idéia de como seu pensamento tem influência na vida das pessoas, principalmente a minha"!

Aprendi que, em momentos de desespero, devemos nos distrair com outra coisa. Seja olhar para os buracos da cidade e fazer nossa análise diária sobre a atual administração municipal, viajar na maionese ou pensar quanto foi o resultado do Timão, uma equipe acostumada a dar glórias em forma de vitórias aos seus torcedores, todos e muitos outros mecanismos de distração simplesmente não funcionaram para mim. Enquanto isso, 0 206 fazia calmamente sua travessia rumo ao Terminal Urbano Central.

13h50.

Eu, meu desânimo, minha impaciência e a certeza de que não chegaria a tempo na auto escola estávamos no semáforo do cruzamento da avenida Bandeirantes com a rua Souza Naves. As esperanças já tinham sido perdidas, por mais dramático que isso possa parecer, já tinham ido por água abaixo.

De repente (já reparou quando queremos dar um suspense no texto sempre usamos essa expressão separada do resto das palavras?), algo de estranho aconteceu.

Não estou falando da decisão do Barbosa em não mudar nem mais um secretário municipal até o final do seu mandato ou do jeito gentil e cordial que a Camilla Balsani chegou hoje para trabalhar no Núcleo de Comunicação. Muitos menos também da decisão do Luizão rapar totalmente a careca. E nem a do Carlos parar de comer aqueles pães com alho e cebola para perfumar o ambiente do N.com.

Sei que tudo isso é MUITO estranho e difícil de acontecer, mas voltemos a nossa história.

Enquanto eu já falava com Deus de que ia chegar atrasado de qualquer jeito, o 206 acelerou. Sim, a paisagem da avenida Bandeirantes passava tão rápido na mesma velocidade de que meu desânimo e a dúvida de chegar a tempo na auto escola. E eu afirmando somente a partir do momento em que o motorista decidiu botar o pé no acelerador.

Situação cotidiana onde é possível perceber como nossa fé é falha e furada, toda remendada. É necessário ver para crer. Nunca nos parecemos tanto quanto Tomé, aquele mesmo servo que só acreditou que Jesus tinha ressuscitado quando viu as marcas dos pregos em Sua mão. Eu pensei que chegaria a tempo apenas quando ouvi o ronco do motor girar mais rápido pela avenida. Também fui confrontado por Deus que só acredito Nele quando O vejo.

13h58 foi o horário onde conseguir chegar na auto escola.

Dessa vez, aprendi literalmente como Deus pode usar um ônibus para me ensinar a acreditar Nele, mesmo que a velocidade não esteja, digamos assim, muito alta

Três palavrinhas só...

Dia desses estava vasculhando no sebo algum livro para compor a minha coleção. Sabe como é, jornalista que é jornalista deve priorizar as coisas certas em seu salário, mesmo que a quantia do final do mês não seja muito motivadora. E desde o primeiro semestre da faculdade eu aprendi que a leitura era uma das prioridades principais do jornalista. Pois bem, quatro anos depois, eu estava cumprindo com a determinação do meu professor.

Nas grandes prateleiras de livros velhos e usados, um em especial chamou a minha atenção. Um exemplar já rabiscado do célebre escritor mineiro Fernando Sabino, intitulado “O menino no espelho”, despertou a minha curiosidade e poucas notas verdinhas do meu bolso. Saí de lá com uma sensação boa.

Cheguei em casa e comecei a folhear aquele livro. Logo na introdução o escritor relatava uma história do seu tempo de moleque, período que só podia ser revivido em sua memória. Fernando Sabino disserta sobre o encontro entre um homem e uma criança, que distraía-se brincando no quintal de sua casa.
O homem perguntou:

- Garoto, você quer saber o segredo para ser um menino feliz para o resto da vida?
- Quero – respondeu entusiasmado o menino.
- Então, comece a pensar nos outros.

Acredito que essas três palavras bem simples impactaram muitas pessoas. E eu estou incluído nesse quadro. Fernando Sabino traçou um panorama geral sobre a situação da humanidade nos dias de hoje.

Não se trata de um discurso enfadonho e maçante, recheado de palavras usadas apenas por doutores que entendem do mecanismo social das pessoas. Trata-se de três palavras pronunciadas por um homem que compreendeu o que os humanos mais precisam hoje: pensar neles mesmo.

Ao redome de mim, uma árvore

(Texto baseado na reportagem sobre a história de Natália Westphalen, que luta para vencer uma leucemia. A matéria foi publicada na edição da última sexta-feira (1) da Folha de Londrina, pela jornalista Michele Alighieri)


Ela caminhava sem pressa pela rua solitária de seu bairro. Decidiu sair um pouco de casa para sentir novamente os ares suaves da Pequena Londres, cidade que por cinco meses teve de se afastar por um problema médico. Inicialmente, nada de tão assustador fora diagnosticado, situação que abaixava o ritmo do medo de seu coração.

Procurou na memória o que motivou a lutar contra a leucemia. O barulho dos quarenta amigos visitando várias casas da Pequena Londres, na tentativa de conseguir mais doadores, as lágrimas do pai quando estava internada e o grito de liberdade após ver o resultado final ainda ecoavam no interior da sua alma.

Também lembrou das rezas intermináveis da avó, tão distante mais tão perto. Recordou da ansiedade por achar um doador no Brasil, expectativa suprida após ver a alegria da mãe, que gritava para Deus e o mundo da ótima notícia. Todas estas lembranças renovavam suas forças. E guiava seus passos na rua.

Enquanto caminhava, percebeu uma velha árvore, abandonada e castigada pelo tempo. Era feia, com os galhos secos, apenas servia para enfeite. E puxou na memória a vez em que escreveu seu nome na própria árvore, cujas desenvolturas nervosas marcadas no tronco pareciam sorrir para a jovem mulher com alma de garota levada. “Vou voltar a fazer kickboxing e freqüentar as aulas da faculdade de Medicina Veterinária”, afirmou para si mesma.

Aproximou-se para ver se o nome ainda estava escrito. Logo viu ali, em destaque: Nathália Westphalen. Atraída pelo desejo de retornar para a infância sem desfazer da maturidade de uma nobre moça, pegou um graveto jogado no chão e decidiu escrever algo a mais na árvore.

Saiu feliz, com os pensamentos rodopiando dentro da cabeça. A partir de agora, chamava-se Nathália Westphalen Registro Mundial de Doadores de Medula Óssea, ou simplesmente Redome.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Oração de um adolescente

“Deus, velho, é muito massa poder conversar com o Senhor desse jeito, na minha linguagem, sem aquelas frescuras de palavras recheadas de vários adjetivos complicados. Pai, você sabe que eu quero ser simples que nem o Senhor foi quando passou por este mundo.

Paizão, é muito massa poder conversar contigo no busão, mesmo aqui no PC ou sei lá, trocando uma idéia com algum amigo. Você sabe que eu não falo isso pra ser o mais descoladão e pá, mas eu quero falar contigo com a minha linguagem.

E essa mesma simplicidade presente nas minhas palavras se reflita nas minhas atitudes, Paizão. Eu sei que tipo, o Senhor tá aí em cima cuidando de todas as coisas do céu, mas eu também sei que Você caminha do meu lado quando eu acordo até eu dar o último suspiro para dormir.

Acho muito massa porque o Senhor é totalmente diferente do que pregam hoje. Os homens complicam muito aquilo que Você deixou pra gente, filhos Teus, seguir. Eu fico numa pira quando vejo todas aquelas palavras cheias de vida saltando da minha Bíblia, confirmando o Teu amor por mim.

Então é isso, Paizão, agora eu vou dormir porque tenho um monte de coisa pra fazer. Mas vê se me acorda amanhã cedo hein, nem vem com essas brincadeirinhas de me acordar um daqueles benditos despertadores.

Falou Paizão, te amo forévis.”

Uma decepção para os fariseus

"Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo" Jonas 2.7

Eu nunca freqüentei um cursinho por quatro anos para tentar o primeiro lugar de Medicina na USP. Muito menos malhei adoidado para ficar musculoso que nem o galã da novela das oito. Quem me dera ter nascido com cabelo liso e loiro para ficar parecido como o Brad Pitt, ou quem sabe trabalhar bastante como diretor da maior agência de propaganda do Brasil.

Também a repórter da coluna social do jornal nunca me procurou para fazer uma reportagem de capa sobre a inauguração da minha nova loja de calçados no bairro mais chique da cidade. Pelo contrário, um velho e bom All Star sempre foi meu companheiro fiel nessa longa caminhada, que muitos escritores e poetas chamam de vida.

Desde a minha conversão, em um acampamento de adolescentes em 2005, comecei a conhecer aquilo que ouvia nos cultos de domingos sobre vida com Jesus. Não estou querendo decepcionar aqueles que se julgam perfeitos e querem tudo na mais organizada linha de vida, mas o resultado de meus passos com Cristo pode não ser muito agradável para esta "elite gospel’’.

Aceitei a Cristo e continuei convivendo com a alegria e tristeza. Aceitei a Cristo e continuei vendo esse mundo proteger os ricos e humilhar os inocentes e de pouca fé, mesma situação vivida no tempo do meu melhor amigo. Aceitei a Cristo e continuei tropeçando e vendo que meu disfarce de santinho nos cultos da igreja não seria o melhor caminho a seguir.

Mas aceitei a Cristo e recebi a certeza de que meus pecados não servem para diminuir o amor de Deus por mim, mas são mostrados como prova de que preciso melhorar a cada dia e buscar ser que nem o meu Senhor. Aceitei a Cristo e vi que os meus olhos devem perceber o sofrimento de uma criança, a dor de um idoso e a decepção de um jovem.

Somente assim minhas mãos serão capazes de confortar esses corações tão aflitos e ofegantes.