quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De vez em quando, é bom ser cético

(Artigo opinativo publicado na última edição do jornal do Sindicato dos Jornalistas Norte do Paraná http://www.sindjornalistasnortepr.org.br/)

A frase “O jornalista deve ser cético pra que o leitor não se torne cético com relação ao jornalista”, de Millôr Fernandes, é abordada em tom meio amargurado e rancoroso quanto a célebre profissão de manter informada a população, custe o que custar. A recompensa para estes nobres profissionais da comunicação vem no final do mês, com um salário de reconhecimento pelo serviço prestado.

Pois bem, os patrões de empresas de rádio, TV, jornais e revistas do Paraná querem piorar esse quadro, que já não é dos melhores. O fato se dá com a diminuição salarial em 40% para os jornalistas do interior, medida que não interfere a vida dos profissionais de Curitiba. O novo piso estaria na casa de R$ 1.200,00, inclusive para cidades de médio porte, como Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, dentre outras.

As consequências de tal determinação, caso seja aprovada, implicam diretamente no trabalho diário do jornalista, profissional que se desdobra para cumprir sua missão. Entende-se que os patrões colocam o jornalista como uma classe desmerecida, enquanto deve-se tratar e pagar a categoria como um trabalhador qualquer, que tem o direito ao salário mensal assegurado.

A proposta da diminuição também descaracteriza o trabalho do jornalista interiorano em relação ao da capital. Não há argumento convincente para comprovar que os profissionais de Curitiba têm um desempenho melhor do restante. O que apenas muda é o local de trabalho, e não o salário.

Por isso, que continuemos céticos, como o mestre Fernandes nos orientou. Céticos em relação a decisão final desse processo todo. Céticos quanto ao saldo vermelho no final do mês. Céticos quanto à desvalorização do jornalismo.








Um comentário:

  1. já falei e retorno a falar você possui o dom das palavras , parabéns meu amigo ......

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