
Controlados por sentimentos confusos, desnorteados pelas desesperanças da vida, essa espécie caminha solitária pelas ruas de pedra das grandes cidades. Refrigerados pelas lágrimas quentes que escorrem pelo rosto e desencorajados pela intensidade das lutas travadas.
Atormentados com o futuro e com a falta de dinheiro no final do mês. Aturdido com a proliferação da corrupção no governo federal e a desesperança na família. Infeliz ao ver a filha chegar com a barriga enorme da rua. Triste por sentir o cheiro de maconha sair do quarto do filho. Desanimado pela falta de amor demonstrado pela mulher.
“Sofrimento ä vista, marujos” foi o anúncio dado a cada dia pelo seu coração. O discurso do padre no rádio não consegue acalmar a sua alma, muito menos a pregação do pastor pedindo mais dinheiro. Nem mesmo Chico Buarque, muito menos Roberto Carlos foram capazes de elaborar músicas que desafrouxassem um pouquinho o cinto.
Olá cidadão comum, tudo bom com você? Esse é o que eu e você podemos sentir a cada dia. Desencorajados pelo fracasso nas batalhas, mas reanimados com o doce som de João 4:4 embalando o andar de seus pés e firmando o bater do seu coração. Anestesia suficiente para coibir a dor por lavar a ferida com vinagre.
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